segunda-feira, 24 de janeiro de 2011






Como médico cancerologista, já calejado com longos

29 anos de

atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me

com os dramas vivenciados pelos meus pacientes...

Não conhecemos

nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade,

descobrimos que somos capazes de ir muito mais além...

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco,

onde dei meus primeiros passos como profissional... Comecei a

freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria.

Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me

acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de

uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de

tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos

trazidos pelos programas de químicos e radioterapias.

Mas nunca vi o

pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em

seus olhinhos; porém, isso é humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho

no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não

consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

— Tio, — disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar

escondido nos corredores... Quando eu morrer, acho que ela vai ficar

com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci

para esta vida!

Indaguei:

— E o que morte representa para você, minha querida?

— Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama

do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?

(Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu

procedia exatamente assim.)

— É isso mesmo.

— Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa

Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade

com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela

criança.

— E minha mãe vai ficar com saudades — emendou ela.

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

— E o que saudade significa para você, minha querida?

— Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição

melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas, deixou-me uma grande

lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e

carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Quando a noite

chega, se o céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo",

que brilha e resplandece no céu.

Imagino ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que me

ensinaste, pela ajuda que me deste. Que bom que existe saudade! O amor

que ficou é eterno.

ATITUDE É TUDO!!!
Seja mais humano e agradável com as pessoas.

Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de

batalha.

- Viva com simplicidade.

- Ame generosamente.

- Cuide-se intensamente.

-Fale com gentileza.

- E, principalmente,

NÃO RECLAME!

Lembre-se...

Você é especial...

E... não estamos aqui por acaso...

Missada.

Agosto 2010.

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