terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Se você tem um iPhone, está sendo rastreado em todos os lugares, sem que você saiba.

Este é um mapa de todos os lugares onde o dono de um iPhone esteve nos últimos meses. Ele não levou nenhum aparelho para ser rastreado. O FBI não mandou agentes em vans disfarçadas para monitorar. Tudo o que ele fez foi usar um iPhone. E se você tem um iPhone, você também está sendo rastreado.




Pelo que sabemos, o iPhone guarda, desde junho, um histórico de todos os lugares onde você esteve. Os dados são armazenados no seu celular (ou iPad) e no computador, e estão facilmente disponíveis para quem quiser acessá-los. Por quê? A Apple não diz. Se você era paranóico quanto as novas tecnologias e morre de medo de quem mexe com informática, eu concordo com você, tenha medo, muito medo, pois vários escritores já profetizaram sobre o futuro da terra com monitoração em todos os lugares inimagináveis. Se quiser lembrar disto, assista O Show de Truman e vai me dar razão.
O enorme susto de privacidade, aparentemente iniciado com o lançamento do iOS 4 em junho, foi descoberto por dois pesquisadores de segurança – um deles diz que ele trabalhou na Apple por cinco anos. Eles também estão igualmente confusos e preocupados com esta coleção de localizações: “Ao registrar passivamente sua localização sem sua permissão, a Apple possibilita que qualquer um, de um cônjuge ciumento a um investigador particular, obtenha um retrato detalhado dos seus movimentos”, explicam eles. Tudo o que você precisa para obter a informação é fazer jailbreak. No seu computador, a informação pode ser acessada facilmente, usando o programa de mapeamento que os especialistas em segurança criaram. Se você quiser experimentar, é só baixar aqui.
Os dados em si são terrivelmente precisos. Ele parece depender de triangulação de torres, em vez de localização precisa através do GPS – ou seja, mesmo com o GPS desligado, seu iPhone ainda sabe onde você esteve. E o mapa que pude gerar com o programa deles mostra toda a vida do dono desde que comprou seu iPhone 4 em julho. Todos os lugares onde esteve: viagens de ônibus para casa, viagens de trem para visitar a família, férias, lugares que nem me lembrava de ter ido. É só dar zoom nos múltiplos pontos em Nova York, e você consegue ver suas viagens, quarteirão por quarteirão. Toda a sua vida pessoal e profissional, documentada por um celular que também serve de rastreador, pelo que vejo. Tudo isto está acessível – onde ele estive, e quando. Mas ninguém quer essas informações andando no seu bolso.
Por enquanto, não há conserto. A única forma de remover esses dados do seu iPhone é removendo os arquivos de backup do seu computador. Mas aí você não vai ter nenhum arquivo de backup para restaurar seu aparelho, caso você o perca. E toda vez que você sincronizar com o computador via iTunes, o iPhone cria um novo arquivo. E se você perder seu celular, todos os dados de rastreamento vão com ele, e caem nas mãos de quem o encontrar. E se você trocar seu iPhone por um outro modelo, os dados de localização vão para o novo aparelho, quando você o sincronizar com os dados do antigo.

Washington DC to New York from Alasdair Allan on Vimeo.


Enquanto a Apple não para de fazer isso, nem explica porque está fazendo isso, eu me sinto com pé atrás e fico menos desconfortável de não ter tido ainda a oportunidade de usar o novo GPS da Apple. Estranho de ter todos esses dados que você não quer, gravados no seu iPhone. Talvez eles estejam fazendo isso para o governo. Talvez façam isso porque são obrigados. Ou estão usando para benefício próprio. Se estão usando isto para o Find My iPhone, serviço gratuito para iPhone 4 que localiza seu celular, por que eles gravam todas as informações dos últimos meses? Por que não guardar só dos últimos dias? Bem, o que explica essa atitude da Apple são só teorias. Só temos teorias – e muita informação sobre onde os donos de iPhone estiveram, querendo ou não.

Fonte: The Guardian

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